quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Coisa boa é poesia à duas caligrafias...

Não é por dever, mas está sendo inevitável não ligar um assunto a outro nesses últimos posts. O tema “lembrança” não quer me deixar seguir em frente. A danada me puxou pelo braço e me levou vasculhar memórias guardadas naquelas gavetas que a gente nunca mexe, sabe? Em uma delas, mana, achei algumas palavras minhas confundidas em meio as tuas. Coisa que nós duas, e todas as pessoas que nos conhecem, sabem muito bem que não é difícil de encontrar. Mas essas palavras em especial, vinham carregadas de um desespero angustiante e de uma saudade que temia não ter hora pra acabar.

Mais uma vez a tempestade deu lugar ao tempo bom, e as frases ditas já não expressam mais um sentimento vivente... Apenas nos lembram que a falta é uma dor que inquieta, mas que, felizmente, não é crônica!

“Um choro na partida
Lágrimas que corriam pelo rosto do amigo que me olhava.
Lavavam as tristezas,
Absorviam as lembranças,
Marcando um momento que não queria acontecer.
Despedida que em vez de ser consumada, preferia ser esquecida.
A dor teimava em assumir corações descoordenados
Sofrimento sentido pelos dois lados...
O que ficava e o que partia
Sintonia.
Vidas ligadas... Separadas por um oceano de memórias
Momentos compartilhados, distância que deixa história
Muito mais do que isso...
Deixa cumplicidade
Sentimento de fraternidade
Juntas te quando não se pretendia...
União por telepatia.
Paixão encontrada na poesia
Versos na mesma mania
No mesmo tom e na mesma nota
Aposta de criatividade
Como se duas mentes pensassem o mesmo
Duas almas com o mesmo desejo
Transfiguradas em letras no papel
Sentimento fiel.
Nada que se explique...
Almas gêmeas de outras vidas
Reunidas pela compatibilidade
Feitas somente de verdade
Só esperando o convite da saudade
Afagos de longa data
Compreensão encontrada nos longos abraços
Passeios de braços dados
Carinhos em forma de canção
Sentimentos demonstrados em pública aparição
Choros chorados sem pudor
Escorria dos olhos amor
E a dor pulsava no peito
Como um elo desfeito no escuro
Tiraram-nos nosso lugar seguro.



- Por Lê e Iza, via MSN, uma nos Estados Unidos e outra no Brasil, 24/04/2005 -



Foto: Se não me engano é da Hellen essa. E ela não podia ter pego uma cena mais expressiva: o exato momento em que a saudade, aquela, teve SIM um fim.


Ecrito por Lê.

5 comentários:

Lê e Iza disse...

Meu Deus, mana, tu não poderias ter feito uma surpresa melhor!!
As lágrimas estão escorrendo pelo meu rosto, só de lembrar a saudade que eu sentia de ti naqueles 8 meses que tu estavas nos Estados Unidos.
Eu lembro o dia em que fizemos essa poesia, cada uma em seu devido (ou não tão devido) lugar, uma escrevia uma frase e a outra completava. E me atrevo a dizer que foi uma das coisas mais lindas que escrevemos, pois não poderia ser mais verdadeiro.
Por uma felicidade do destino, hoje tu estás pertinho de mim. Menos do que eu gostaria, mas nada comparado ao que passamos.
Agora, me deu vontade de correr até aí, só pra receber esse conforto gostoso que é o teu abraço!
Obrigada por essa lembrança. Melhor forma de começar o dia não há!!
Coisa boa mesmo é ser tua AMIGA-IRMÃ!!
Te amo demais!
Iza

redatozim disse...

Muito lindo o poema mesmo. Nunca sei qual das duas comenta no http://pastelzinho.blogspot.com, mas imagino que nesse caso tenha sido a Lê. Parabéns, muito bacana mesmo.

mamy disse...

"SAUDADE palavra triste quando se perde um grande amor"...veja como a vida eh engracada, agora por uma ironia do destino vc esta longe de mim... mas eh a vida!! Longe dos olhos mas dentro do coracao...TE AMO HOJE E SEMPRE, tua mamy!

Ana Elisa Faria disse...

Olá, meninas!
Obrigada pela visita na Casa de Beatriz. Vocês são sempre bem-vindas por lá.

beijo,
Ana.

Unknown disse...

Nossa, muito lindo!!
Fiquei sem palavras! Quando se é lembrado coisas do passado passa um filme na nossa mente! Um beijão, gurias!